Voz do servidor

No ano de 2021, Belo Horizonte teve, aos poucos, a sua paisagem transformada por novos e estranhos contornos, que se instalaram em vários de seus logradouros e nos causaram muito espanto, revelando-nos uma realidade dolorosa e constrangedora.

“De repente”, a cidade “foi tomada” por pessoas sem trabalho, sem moradia, sem alimentação, sem rumo, sem lugar… que tiveram de se alojar onde dava, fosse nas ruas, debaixo de viadutos ou onde conseguissem acomodar os pertences que lhes restaram.

Dois desastres provocaram essa catástrofe assustadora. Um, representado pela política econômica desastrosa praticada pelo governo vigente à época, que privilegiou o “mercado” e suas exigências, em detrimento das necessidades das pessoas, num País com um nível alto de pobreza e miséria. Outro, a pandemia que caiu sobre as nossas cabeças, assustou o mundo inteiro, provocou mortes, desestruturou a nossa vida e paralisou as atividades da sociedade em geral, deixando marcas indeléveis, tanto para o bem quanto para o mal, na situação já precária que o País estava vivendo.

Esse mesmo governo federal, na contramão da história, contribuiu para o agravamento desse quadro. Como se estivesse num palco, encenou à vontade, maquiou seus atores, construiu discursos vazios, tentando transformar a realidade em ficção, para encobrir seus malfeitos e os não feitos.

Da mesma forma, agiu o governo do Estado. Ignorou a gravidade da situação e compactuou com as ideias e atitudes irresponsáveis do governo federal.

O governo municipal à época, entretanto, optou por atuar de modo mais humano e responsável, mostrando-se parceiro e tomando as atitudes que considerou importantes e urgentes, necessárias ao combate à doença e em apoio aos doentes e à população em geral.

A sociedade civil, igualmente, se uniu na tentativa de amenizar o sofrimento dessas pessoas, partindo, prontamente, em socorro dos sequelados por esses desastres. Caso contrário, as consequências teriam sido muito mais graves e complexas.

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