Voz do servidor

Ontem, em cidades pelos quatro cantos do país e do mundo, aconteceram eventos para marcar o Dia da Trabalhadora e do Trabalhador. Foram manifestações em defesa dos direitos trabalhistas e também em defesa da democracia, essencial ao exercício desses direitos.

Mas por que o 1° de maio se tornou essa data emblemática para a classe trabalhadora? E o que esse dia tem a ver conosco, na Câmara, no Sindslembh?

O Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora foi instituído em referência ao dia 1º de maio do ano de 1886, primeiro dia de uma greve geral que levou às ruas mais de 340 mil operárias e operários e parou as máquinas de mais de cinco mil fábricas no Canadá e nos Estados Unidos. Essa movimentação tinha como uma das principais reivindicações a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas, em sintonia com as mobilizações realizadas pela Primeira Internacional Socialista, primeira associação operária a superar fronteiras nacionais. A greve, em Chicago, foi repreendida com a morte de 38 trabalhadores e centenas de pessoas feridas, sendo que algumas de suas lideranças foram condenadas a penas extremas, em julgamentos que passaram para a história como exemplos clássicos de violação do Estado de Direito.

No entanto, as primeiras movimentações da classe trabalhadora por direitos não produziram apenas tragédias, mas, sobretudo, um acúmulo de organização e coragem, que, ao longo dos séculos, resultaram na conquista e garantia dos direitos trabalhistas atuais, mesmo diante dos ataques frequentes a eles.

Por isso, esse dia tem a ver conosco: por nos trazer à lembrança aquelas mulheres e homens que, por meio do diálogo e do enfrentamento firme, no local de trabalho e em uma articulação maior com a classe trabalhadora, embalaram-se pela certeza de que direito não se ganha e sim se conquista, dia a dia, com coragem e persistência.

Giovana de Sousa Rodrigues, servidora aposentada da CMBH.

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